A Páscoa de 2025 pode ser marcada por menos chocolate e ovos mais caros, devido à alta dos preços do cacau, que atingiram um pico de US$ 11.040 por tonelada em dezembro, um aumento de 163% em relação ao ano anterior. Essa elevação é consequência de problemas climáticos nas lavouras da Costa do Marfim e Gana, que juntas respondem por 70% da produção mundial de cacau.
Neste ano, a produção de ovos de chocolate deverá cair para cerca de 45 milhões de unidades, uma queda de 22,4% em relação a 2024. O Brasil, que representa 4% da produção global, não consegue suprir sua própria demanda, colhendo apenas 179 mil toneladas de cacau, embora a necessidade seja de 229 mil toneladas.
Os preços do chocolate já começaram a subir, com aumentos de 16,53% para chocolates em barra e bombons, e 12,49% para achocolatados. Embora a indústria tenha adotado estratégias para minimizar esses impactos, como a diminuição do tamanho dos produtos, as perspectivas para a Páscoa indicam que os preços devem ser mais altos em comparação ao ano passado.
O aumento nos custos é atribuído não apenas ao cacau, mas também a fatores como logística e infraestrutura, essenciais para o transporte de produtos frágeis. Apesar das dificuldades, a demanda se mantém estável, e algumas empresas, como a Cacau Show, ajustaram os preços em torno de 8% a 10%, buscando atender o mercado sem repassar todo o aumento de custos.
A crise no setor é agravada pela falta de renovação das lavouras e investimentos, resultando em uma produtividade em declínio. Para o Brasil, o impacto do El Niño e pragas como a podridão parda também afetaram a produção, com estados como a Bahia e o Pará registrando quedas significativas na colheita. A expectativa é que, apesar das dificuldades, haja potencial para aumentar a produção no futuro, mas isso pode levar no mínimo seis anos.
Fonte: G1
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