Médicos do Hospital Nossa Senhora do Pari, em São Paulo, estão utilizando furadeiras domésticas em procedimentos ortopédicos, conforme revelam vídeos e relatos de funcionários. Essas furadeiras, proibidas pela Anvisa desde 2008, apresentam marcas de sangue e fios desencapados, levantando sérias preocupações sobre a segurança dos pacientes.
Um funcionário, que pediu anonimamente, afirmou que entre cinco a nove furadeiras comuns, compradas para uso doméstico, são empregadas nas cirurgias. Segundo ele, essas ferramentas são escolhidas por serem mais baratas e de fácil manutenção.
A utilização de equipamentos cirúrgicos pode resultar em erros médicos. Eduardo Santos, que perdeu a mobilidade do braço após uma cirurgia no hospital, processou a unidade por sua experiência traumática. Especialistas em direito de saúde afirmam que tal prática pode ser considerada erro médico.
Além disso, o processo de higienização dos equipamentos também é questionável, utilizando um detergente desengordurante indicado para ambientes como cozinhas e pousadas, ou que não atendam aos padrões exigidos para procedimentos cirúrgicos.
A diretoria do hospital defende que os equipamentos utilizados são aprovados pela Anvisa e que são submetidos a fiscalizações regulares. A Secretaria Estadual da Saúde e o Conselho Regional de Medicina estão investigando a situação, enquanto a Prefeitura de São Paulo afirma não ter recebido denúncias sobre o hospital.
As revelações levantam alarmes sobre a segurança dos pacientes e a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa nas práticas hospitalares.
Fonte: G1
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