Uma investigação sobre a venda de toneladas de carne estragada após uma enchente no Rio Grande do Sul revelou que a empresa Tem Di Tudo Salvados comercializou produtos impróprios como se fossem nobres, supostamente vindos do Uruguai. A empresa, localizada em Três Rios, RJ, repassou carne podre ao mesmo frigorífico que havia vendido 800 toneladas do material que deveria ter sido destinado à ração animal.
De acordo com a polícia, a carne foi lavada para remover resíduos de lama e acondicionada em embalagens que simulavam produtos de qualidade. Uma peça de picanha desse lote foi encontrada à venda na empresa investigada. Quatro pessoas foram presas durante a operação.
As investigações começaram após a empresa compradora, que percebeu ter adquirido carne estragada, denunciar o caso à polícia. O material foi rastreado até um frigorífico de Nova Iguaçu e, em seguida, revendido para empresas de Minas Gerais, retornando ao produtor em Canoas, onde havia ficado submerso.
Além da carne imprópria, a polícia encontrou medicamentos vencidos e outros produtos inadequados para consumo. A Tem Di Tudo alegou que os produtos seriam reaproveitados como ração, mas a investigação revelou que carnes bovinas, suínas e de aves deterioradas estavam sendo vendidas para açougues e mercados em todo o país.
O delegado Wellington Vieira destacou que as condições da carne exposta ao alagamento representam um risco à saúde pública. A empresa lucrou exorbitantes 1.000%, comprando as 800 toneladas estragadas por R$ 80 mil, enquanto o valor estimado das carnes nobres era de R$ 5 milhões. Os envolvidos podem enfrentar acusações de associação criminosa, receptação e adulteração de alimentos.
Fonte: G1
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