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Aos 101 anos, idosa relembra a vida em um dos maiores leprosários do Brasil: 'Era proibida de dar a mão'.



Aos 101 anos, Mafalda Nardo é uma testemunha viva das mudanças sociais e da história da hanseníase no Brasil. Diagnosticada com a doença aos 13 anos, ela foi internada compulsoriamente no asilo-colônia Pirapitingui, em Itu (SP), onde vive até hoje. Mafalda, que cresceu em Piracicaba (SP) em uma família de dez irmãos, relata que foi a única a adoecer.

Internada pela primeira vez no asilo-colônia Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, ela temia a segregação e, mesmo assim, acabou se transferindo para Pirapitingui em 1941. Durante sua longa estadia, trabalhou como enfermeira, cuidando de outros pacientes com hanseníase, e se casou duas vezes.

Mafalda recorda as visitas da família, que ocorriam em um espaço separado chamado "parlatório", onde não podiam ter contato físico. Apesar das dificuldades, ela encontrou alegria no asilo, participando de atividades como danças e sessões de cinema. 

Recentemente, quando completou 100 anos, a equipe médica organizou uma festa surpresa em sua homenagem, um momento especial que ela guardará com carinho. Atualmente, 38 pacientes vivem na enfermaria do asilo, onde recebem cuidados para tratar as sequelas da doença. O local, que já foi uma "mini cidade", foi tombado em 2017, reconhecendo sua importância histórica.

Fonte: G1

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