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Uma floresta localizada em uma área preservada de Itu, no interior de São Paulo, tem se tornado um ponto de atração para diversos visitantes, mesmo durante períodos de tempo seco. Alguns desses "turistas" acabaram se tornando residentes, encontrando um lar em locais mais elevados e tranquilos.
Dentre os visitantes, destaca-se um sobrevivente ameaçado de extinção: a águia-cinzenta (Urubitinga coronata), a segunda maior águia do Brasil, encontrou um refúgio no topo de uma torre na floresta de Itu.
Devido à escassez de grandes árvores na região, a águia-cinzenta desenvolveu o hábito de pousar em torres altas, como a que tem cerca de 30 metros de altura, situada na floresta de Itu. Esse comportamento facilita a ave de rapina na busca por presas.
"A ausência dos jequitibás que existiam no passado fez com que ela se adaptasse às torres de alta tensão, o que é, de fato, lamentável ver uma águia imponente como essa pousada em uma estrutura assim", explica Aldo José Nunes, proprietário da fazenda.
"É uma forma de a natureza retribuir. Aqui [na floresta de Itu] é um ambiente protegido, cuidado, sem caça ou desmatamento, o que faz com que os animais se sintam seguros e escolham esse local. Porém, sabemos que há pessoas que passam anos procurando e não conseguem avistar essa ave, tornando o encontro ainda mais especial. É uma emoção muito intensa", complementa o zootecnista Pierre Alonso.
Um acervo de fotos registra a rotina da águia, sendo fundamental para estudos biológicos. Desde 2020, a dupla monitora de perto o comportamento da águia, contribuindo com pesquisas científicas. Com 95 alqueires de vegetação preservados, a fazenda se tornou um refúgio crucial para a espécie.
"Eles preservam uma parte do território para auxiliar no desenvolvimento dos filhotes. Assim, funciona como uma 'escolinha'", explica Pierre.
Os incêndios que assolam diversas áreas de mata no país representam uma ameaça constante para os animais. O fogo pode destruir anos de esforços de conservação. Estratégias como aceiros, faixas de terreno sem vegetação, são fundamentais para conter a propagação das chamas.
Em períodos de seca, como o atual, tratores equipados com bombas de água são utilizados para manter o solo úmido, numa tentativa de prevenir incêndios.
A presença de espécies raras e a urgência em conservar a natureza destacam a importância vital desses esforços. Cada ação não só protege a fauna e flora local, mas também inspira as futuras gerações a cuidar do meio ambiente.
Fonte: G1
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