Ministério Público investiga Prefeito de Itatiba por suposta ligação com fraudes em licitações e Crime Organizado.


 

O Ministério Público apontou uma suposta ligação do Prefeito de Itatiba, Thomás Antônio Capeletto de Oliveira com empresas criadas para fraudar licitações que estariam ligadas ao crime organizado, como os investigados falam, PCC. O documento mostra conversas de suspeitos que tinham como objetivo fraudar licitações em diversas cidades do estado de São Paulo. Em uma das quatro mil e duzentas páginas do processo, aparece uma conversa entre Vagner Borges, dono de uma empresa que segundo o GAECO é ligado ao PCC, e presta serviço para a Prefeitura de Itatiba e Antônio que faz parte da organização. Ele fala que em Itatiba o compromisso é com o Prefeito.

• Vagner Borges: “Ô ANTÔNIO eu mandei essa lista pro MÁRCIO, que estava conversando com ele, em cima eu não coloquei Itatiba, coloquei São José, tá? Não fale Itatiba. Como eu tirei o irmão dele, quando foi para aquele emergencial lá, e eu tirei o irmão dele. Ele não.. em Itatiba não temos nada, entendeu? Lá estamos negociando para entrar pelo compromisso que temos com o prefeito”

A tabela mostra o valor dos contratos das cidades que devem participar do esquema de propina. Como falado entre os suspeitos, aparece São José na caixa alta, no topo da tabela.

O Ministério Público ainda investiga para saber quem é o número 1 na Prefeitura de Itatiba. A nomenclatura foi descoberta durante o clipe de uma conversa entre Sesti Júnior, ex-secretário de administração da Prefeitura de Itatiba, muito próximo de Thomas Capeletto, prefeito de Itatiba, e Vagner Borges, dono de uma empresa que segundo o GAECO está ligado ao PCC .

Esta empresa prestou serviço à Prefeitura e de acordo com a investigação irrigava vários municípios com propina para vencer licitações e trabalhar tranquilamente. Ainda durante uma conversa o empresário disse que o número 1, pediu para dobrar o dele. E de acordo com a conversa Vagner se compromete a entregar.

• Eduardo Antônio Sesti Júnior: Chefe Boa Tarde, blz. Previsão do menino para cá.

• Vagner Borges: Chefe, ele foi ai hoje. Ai levou do número 1. Semana que vem eu levo o seu ai. O número 1 pediu para dobrar o negócio, ai posso. Bem agora novembro. Ele está com despesas a mais, pediu pra dobrar o dele. Semana que vem eu mando ai.

Outras conversas vazadas
Sesti teve outras mensagens trocadas com pessoas ligadas à empresa Vagner Borges Dias, participante de uma licitação vazada.

Enfim, a organização criminosa cooptava funcionários públicos, servidores e secretários de administração para a prática das atividades ilícitas.

• Vagner Borges: Boa tarde. A licitação está ocorrendo hoje, e vai avaliar preço, planilha e depois chamar para habilitação. Nosso contrato vence dia 14. Não há tempo para o término da licitação. Vai prorrogar por mais um tempinho ou dou aviso?

• Eduardo Antônio Sesti Júnior: Boa tarde! Vou falar com o pessoal do governo. Acho que não podemos paralisar o serviço.

• Vagner Borges: Sim.

• Eduardo Antônio Sesti Júnior: Minha opinião. Já te dou uma resposta.

• Vagner Borges: Ok.

Por fim, segundo os promotores a atuação do ex-secretário foram verificados e ele completou acompanhava os processos e orientava os próximos passos do grupo para manter a contratação.

Em um diálogo que ocorreu em fevereiro de 2023, Sesti pede dinheiro a Vagner Borges e envia sua chave pix para que a transferência seja feita.

• Eduardo Antônio Sesti Júnior: Fale irmão, não esqueça de mim

• Vagner Borges: Manda um pix [uma chave pix]. Está osso aqui

• Eduardo Antônio Sesti Júnior: Imagino. [números da chave pix]

• Vagner Borges: Qual o nome

• Eduardo Antônio Sesti Júnior: Eduardo Antônio Sesti Júnior

• Vagner Borges: Feito

Enfim, todos os envolvidos agiam em conjunto para frustrar a competitividade de licitações, com alterações de editais, de forma que favorece o grupo.

Sendo assim, os envolvidos ainda "prestavam conta". Um membro do grupo retira R$ 40.000,00 do cofre da casa de Vagner, que seria responsável pelo esquema, para entregar R$ 5.000,00 na cidade de Caieiras e R$ 35.000,00 em Itatiba.

Pedimos informações à assessoria de imprensa do Ministério Público para saber como está a investigação, se pode haver novas prisões,e qual é a fase que está o processo que tenta esclarecer quem são os suspeitos e os beneficiários no caso de propina entre as prefeituras e os supostos donos de empresas que fraudaram licitações em quantidades de cidades do estado de São Paulo. Também pedimos informações à prefeitura sobre a citação do Prefeito de Itatiba, Thomas Capeletto, e os alvos da investigação do Gaeco. Assim que recebermos as informações vamos atualizar a reportagem.

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