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Em uma entrevista exclusiva à RPC, o professor Osmar Martins Rodrigues, de 51 anos, que foi forçado por um estudante de 17 anos dentro de uma sala de aula em São Tomé, no noroeste do Paraná, expressou seu lamento por ter passado por esse episódio de violência.
"Eu não consegui nem falar sobre o assunto, porque sempre que tentava, eu chorava. A sensação é de humilhação, vergonha e falta de respeito", desabafou.
O incidente ocorreu no Colégio Estadual Santos Dumont na quarta-feira (12). O momento em que o professor foi forçado pelo aluno foi registrado em vídeo por uma testemunha.
O professor também está considerando a possibilidade de deixar a profissão e que, atualmente, não se sente apto a retornar à instituição de ensino.
"No momento, eu não teria coragem de voltar para a escola. Não sei como estarei daqui a 10 dias, 5 dias, pois com o passar do tempo vou refletir. Eu não sou apenas um professor, tenho outras atividades. Vou pensar muito se vale a pena passar por isso, se o salário compensa tudo isso, mas, atualmente, não estou em condições de retorno", desabafou.
Segundo Osmar, a agressão ocorreu depois que ele mexeu na cadeira do aluno, que se decidiu a se juntar à fila com os outros colegas, desencadeando uma disputa pela cadeira e, posteriormente, as agressões.
No vídeo, o estudante é visto segurando o professor pelo pescoço. Mesmo com a tentativa de outro aluno de afastar o agressor, o professor permanece no chão sem conseguir se desvencilhar.
"No momento, eu não tive ocorrência, pois foi uma situação muito grave. Cheguei a pensar: 'Agora acabou, se ninguém vier me ajudar, estou em apuros', porque ele não parava de apertar", recordou.
A violência só cessou com a intervenção de um terceiro estudante.
O caso foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude para investigação de ato infracional de adolescente.
A Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou por meio de comunicado que uma equipe pedagógica do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Cianorte acionou o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (Bpec) e os pais do estudante.
A Seed também informou que o caso foi registrado na Ouvidoria e no Departamento de Educação em Direitos Humanos, e que diariamente a equipe pedagógica conversa com os alunos sobre a importância do respeito mútuo entre colegas e professores.
Durante o período entre abril de 2023 e maio de 2024, a Secretaria de Estado da Educação recebeu 34 denúncias de agressões praticadas por alunos contra professores e funcionários da rede estadual, incluindo agressões físicas, verbais, discriminação de gênero e injúria racial, de acordo com informações por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Fonte: G1
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