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Cadela é morta a tiros por policiais militares durante abordagem em residência em MG


 


Uma cadela foi morta a tiros por policiais militares durante uma abordagem em uma casa no Bairro Leblon, em Uberaba. A equipe teria recebido denúncias de que aparelhos eletrônicos furtados estavam sendo comercializados no imóvel, onde o animal, que se chamava Pandora, morava. Apenas um jovem de 22 anos estava na residência no momento dos disparos. O caso foi registrado no dia 26 de dezembro de 2023 e os itens da denúncia não foram encontrados. Duas ocorrências foram registradas, uma contando a versão da testemunha e outra contando a versão dos militares. O g1 também entrou em contato com os tutores do animal e com a Polícia Militar (PM).
De acordo com os relatos do jovem, ele estava dentro da casa quando ouviu um estrondo. Ele pensou que era de um fogo de artifício, por conta das festividades de fim de ano, porém, logo depois escutou a cadela chorando e foi até o quintal. Ao sair, viu um rastro de sangue no chão e a cadela correndo machucada. Dois policiais estavam no quintal e apontaram as armas para o jovem. Ele disse que foi rendido pelos militares que, logo em seguida, foram até a cadela e dispararam mais duas vezes.
Na sequência, os militares entraram na casa perguntando pelos aparelhos eletrônicos furtados. A equipe só explicou a denúncia após a revistar os cômodos, sendo que nada de ilícito foi encontrado. Ainda conforme o jovem, os policiais não o deixaram ligar para a mãe ou outra pessoa, inclusive, debochando da situação. "Você quer que eu traga o bicho de volta? Agora não tem como não", teria dito um dos militares. De acordo com o jovem, o dono de um bar que fica em frente à residência ligou para a irmã dele para avisá-la. Só quando ela chegou ao local que os pais foram avisados.
Os militares, ainda segundo o relato, colocaram o corpo do animal na viatura e não deixaram a família levá-lo para fazer um enterro. A permissão veio apenas após insistência por parte dos tutores da Pandora. O pai do jovem contou que o portão tem frestas nas quais é possível ver o quintal da casa e acredita que os militares já tinham visto a cadela antes de entrarem. Já na ocorrência dos militares, eles afirmam que foram surpreendidos pelo cão e que o animal os atacou. "Entraram sem mandado e fizeram o que fizeram... Invadiram sim!", disse o tutor.
De acordo com a ocorrência da versão dos militares, eles investigavam o furto de um notebook, uma televisão e celulares quando receberam uma denúncia de um militar de folga. Ele teria recebido informações de que um criminoso comercializava os objetos furtados na residência dos donos da Pandora. Os policiais então foram até o endereço e bateram no portão, notando que ele estava destrancado. O relato diz que o portão entreabriu com o contato e o cão saiu da casa e os atacou, mordendo um dos militares. Conforme o registro, foram constatadas lesões superficiais na coxa do policial atacado. O animal avançou em outro militar, que para evitar ser atacado, disparou em direção a parte de baixo da parede. Segundo o relato, por conta da movimentação, a cadela acabou atingida pelo tiro na altura da cabeça.
Com sangramento próximo ao focinho, o animal fugiu para dentro do imóvel sendo acompanhado pela equipe. Os militares viram grande quantidade de sangue no chão e notaram que o cão estava debilitado. Segundo o relato, dispararam mais dois tiros para cessar o sofrimento da cadela. Os militares encontraram o jovem de 22 anos na residência e lhe foi explicada a situação. Ele negou as denúncias e os itens furtados não foram encontrados.

Ainda de acordo com a ocorrência, a PM levou o cão para a viatura visando diminuir o mal estar do jovem até que o pai do rapaz chegasse. Os militares explicaram a situação para o casal e o corpo de Pandora foi entregue após permissão de superiores.

Em nota, a Polícia Militar informou que um procedimento de apuração do fato foi instaurado pelo comando do 4º Batalhão de Polícia Militar. Fonte: G1

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