Matéria G1 - Dois bailarinos do interior de SP deram mais um salto em direção ao sonho de trabalhar em grandes companhias internacionais de dança ao conquistarem uma vaga na Companhia Jovem da Escola do Teatro Bolshoi do Brasil. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (12).
Formados em 2023, os novos colaboradores da Escola Bolshoi, sediada em Joinville (SC) como a única filial do famoso Teatro Bolshoi da Rússia, uma das principais companhias de balé e ópera do mundo, iniciam o próximo ano como profissionais da dança.
Criada em 2008 com o propósito de oportunizar o primeiro emprego aos talentos formados pela escola, na companhia, os novos integrantes passam a ter o desafio de iniciar a vida profissional, transformar o ritmo da escola em experiência de trabalho, além de explorar novos repertórios.
Ao g1, a bailarina Camila Maio, natural de Bauru (SP), explicou que os professores da instituição escolhem os integrantes da companhia por meio de uma votação fechada, sendo que todos os formandos têm a oportunidade de participar.
Assim como ela, Arthur Libertini, natural de Jundiaí (SP), começou a dançar com 10 anos. Ele também sonhava em conquistar a vaga na Companhia Jovem, como primeiro passo para a carreira profissional.
Arthur contou ao g1 que começou a dançar no hip hop, quando foi apresentado ao balé clássico. Segundo ele, foi “amor à primeira vista”, já que se encantou e sentiu uma conexão com a modalidade. Por isso, passou a fazer cursos, até chegar à Escola Bolshoi.
A escolha de profissão de Arthur, no entanto, foi permeada por comentários e críticas por ser um menino bailarino. Apesar disso, o jovem revela que não desanimou e continuou a trilhar o caminho em busca do sonho. A determinação, então, o fez ser escolhido para integrar a Companhia Jovem.
“Sempre quis fazer parte dela e representar a Companhia Jovem. Eu estava confiante, mas tive um friozinho na barriga. Agora me sinto muito bem, deixo de ser aluno para ter meu primeiro trabalho. É o primeiro passo para alçar grandes voos”, celebra Arthur.
Além deles, em 2024 serão 15 bailarinos formados pela Escola Bolshoi, sendo mais dois do estado de São Paulo, Maria Eduarda Coelho e Paulo Souza, e dois do projeto Bolsa Talentos do Festival de Dança, compondo 17 integrantes ensaiados pela professora Maria Antonieta Spadari.
A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil
Dados mais recentes divulgados pela Escola Bolshoi mostram que, em 2022, ano em que a instituição completou 22 anos, 219 alunos vindos de 20 estados do Brasil estiveram presentes nas aulas e em contato ativo com a arte-educação. Dos 410 formados em 15 turmas, desde 2000, 70% trabalham com dança, em cinco continentes do mundo.
A Escola Bolshoi concede 100% de bolsas de estudo para todos os aprovados. Além de ensino gratuito, os alunos recebem benefícios como alimentação, transporte, uniformes, figurinos, assistência social, orientação pedagógica, assistência odontológica preventiva, atendimento fisioterápico, nutricional e assistência médica de emergência/urgência pré-hospitalar.
Para isso devem apresentar bom rendimento na Escola Bolshoi e também no ensino médio e fundamental, pois a ausência de boas notas implica na perda da bolsa de estudo no Bolshoi. Os alunos recebem educação, aprendem uma profissão, exercitam responsabilidade e constroem cidadania.
O complexo escolar é formado por salas para aulas de balé, estúdios de música, ateliê, núcleo de saúde, biblioteca, cantina, espaços culturais e dois laboratórios cênicos.
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