MARIANA ZYLBERKAN (FOLHAPRESS) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou o indicativo de greve de servidores estaduais, o que inclui o sistema de transporte público sobre trilhos, prevista para terça-feira (28) como um “deboche contra a sociedade, uma piada, um desrespeito”. “A gente não pode ser escravizado por meia dúzia de pessoas de um sindicato que tem uma pauta própria, que está olhando para o próprio umbigo.
Nós não vamos tolerar esse tipo de coisa”, disse o governador, que prometeu “elevar o tom” contra a os organizadores da paralisação.
A greve deverá contar com trabalhadores do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), de professores da rede pública e de servidores da Fundação Casa.
Em razão do movimento, o governo decidiu adiar as provas do Provão Paulista, vestibular seriado estadual, que começariam na terça.
Os trabalhadores protestam contra os planos de privatização do governador, que inclui a Sabesp e o metrô. “As privatizações foram discutidas nas eleições, não aceitar isso é não aceitar o resultado das urnas. Tinham outros candidatos que não queriam privatizações, eu disse ‘vou estudar, acho que esse é o caminho para um estado mais eficiente’.
A minha linha é essa. Jogamos isso com toda honestidade durante a campanha”, disse o governador na tarde desta sexta-feira (24) no Palácio dos Bandeirantes, após evento que reuniu representantes do agronegócio paulista.
“Não vamos esmorecer. Se não querem a privatização, sinto muito, nós vamos continuar estudando, não é esse o tipo de conduta que irá nos fazer retroceder nesse debate”, continuou.
O governador anunciou ponto facultativo na próxima terça em caso de greve.
Além disso, Tarcísio afirmou que irá recorrer ao Judiciário para determinar os termos de manutenção dos serviços públicos durante a paralisação.
O governador descartou a possibilidade de liberar as catracas das estações, como pede o sindicato dos metroviários, e classificou a iniciativa como “irresponsável”. “Nós não vamos ser irresponsáveis, os irresponsáveis são eles que estão brincando com a população de São Paulo”, disse Tarcísio.
No último dia 3 de outubro, funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp fizeram greve contra os planos de privatização de Tarcísio. A greve durou 24 horas e foi classificada pelo governo como ilegal -a Justiça tinha determinado que 80% do efetivo trabalhasse, com 100% durante os horários de pico.
O governador também acusou os sindicatos de agirem com “clara motivação política”.
Outras pautas relacionadas à decisões da gestão Tarcísio também compõem os argumentos utilizados pelos trabalhadores para justificar a greve unificada, tais como um corte de 5% no orçamento da educação, o leilão da linha 7-Rubi da CPTM, marcado para 29 de fevereiro de 2024, segundo comunicado do Sindicato dos Metroviários e terceirizações.
Fonte:JR
0 Comentários