Tecnologia é utilizada como recurso terapêutico para cuidados de lesões complexas. Após 31 dias de internação, teve alta na última terça-feira (21), o primeiro paciente a receber a terapia por pressão negativa via Sistema Único de Saúde (SUS) na região. Inédito, o procedimento foi realizado pelo Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV). Popularmente conhecida como curativo a vácuo, a terapia é uma tecnologia inovadora, utilizada em poucas e particulares unidades de saúde em todo o país. O método se baseia na diminuição da pressão atmosférica no ambiente da ferida, retirando todo o fluído presente dentro da lesão e regenerando o tecido do local, acelerando o processo de cicatrização.
Em janeiro deste ano, após instalar um sistema de câmeras de segurança nos muros de sua residência, Everson Donizete Leal, de 50 anos, sofreu um acidente ao descer de uma altura de 1,5m. O impacto da queda ocasionou a fratura da tíbia, osso localizado entre os pés e os joelhos, trazendo uma série de complicações para a saúde do paciente. Desde então, Everson passou por duas cirurgias, uma para implante de fixador e outro procedimento para enxerto ósseo, além de 40 sessões de fisioterapia para recuperação dos movimentos. Entre idas e vindas ao hospital, o quadro clínico apresentou piora e Everson foi submetido a nova tecnologia para tratamento do caso.
“Primeiro é realizada a desinfecção. Depois, uma espuma é inserida na ferida e coberta com um adesivo. Neste momento, é aberto um pequeno orifício para colocar o tampão com o sugador. A máquina é ligada e pressurizada em uma pressão negativa. O aparelho ficou uma semana ligado, fazendo a sucção até o fechamento parcial da ferida”, explica o próprio paciente que, curioso e integrado com a equipe, acompanhou cada passo do processo.
A estomaterapeuta, Patrícia Marchini Ito, conta que a princípio a utilização do recurso foi pontual. “Ainda estamos em processo de avaliação do recurso, mas a evolução do paciente foi surpreendente. Observamos que a ferida fechou bastante e ao longo de uma semana registramos resultados que só teríamos em 20 dias com a utilização de outros métodos, como a câmara hiperbárica, por exemplo. O processo de cicatrização e mobilidade do paciente foi excelente e, por isso, ele evoluiu para alta e vai dar continuidade no cuidado dos curativos via Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. Isso diminui o risco de infecção, aumenta o processo de cicatrização, contribui para desospitalização, minimiza custos e estimula a autonomia do paciente. Esse é um recurso que só víamos em hospitais particulares e, hoje, o Hospital São Vicente se destaca na oferta de algo tão inovador e importante para a saúde e qualidade de vida das pessoas”.
A profissional ressalta ainda o suporte da equipe de cirurgia plástica. “É um trabalho em parceria. Nós sempre discutimos os casos, identificamos quais tecnologias são as mais indicadas em termos de custo e efetividade, além do benefício que isso irá trazer para o paciente. Essa troca é importante demais para nosso trabalho”.
Ainda em recuperação e cuidados em casa, Everson compartilha sua gratidão pelo carinho e empenho da instituição no restabelecimento de sua saúde. “Foi a primeira vez que me submeti a uma cirurgia. Eu brinco que estou fazendo agora o que não fiz em 50 anos. Quando me acidentei, eu e minha família não tivemos dúvidas em vir para o Hospital São Vicente, pois sabemos que a equipe de ortopedia é a melhor que temos na região e que eu seria bem assistido. Fui muito bem atendido pelos médicos e enfermeiros, além da estomaterapeuta, que se dedicou em conseguir trazer essa tecnologia para o meu tratamento”, finaliza o paciente.
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