Segundo informações do portal G1 o Portal da Transparência revelou os gastos do governo federal com uma viagem urgente do secretário da Cultura, Mário Frias, aos Estados Unidos no fim do ano passado. Não foi informado o porquê da urgência da reunião dele com um lutador de jiu-jitsu nem por que a tal reunião não foi feita online.
Mário Frias viajou de 14 a 18 de dezembro. O blog do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, foi o primeiro a dar a notícia.
Está tudo registrado no Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União, criado em 2004 para dar visibilidade aos gastos públicos.
Viagem: “urgente”, recebendo diárias e passagens do governo. O motivo registrado: um convite dos "senhores Bruno Garcia e Renzo Gracie para apresentarem um projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte". Não há nenhum detalhe sobre o que seria esse projeto. Bruno Garcia é um empresário que mora em Nova York e Renzo Gracie, um conhecido lutador de jiu-jitsu e apoiador de Jair Bolsonaro.
Valor total da viagem paga com dinheiro público: R$ 39.150,95. As diárias custaram quase R$ 13 mil, mais um seguro de R$ 305. E as passagens aéreas, R$ 26 mil.
Mário Frias não viajou sozinho. Ele foi acompanhado do secretário- adjunto, Hélio Ferraz. Mais R$ 39 mil de despesa com dinheiro público, registrado no Portal da Transparência. No total, o governo desembolsou R$ 78 mil.
Esse valor é 26 vezes o novo teto para cachês de atores, por exemplo, de acordo com as novas regras da Lei Rouanet, apoiadas por Mário Frias.
Em uma rede social, o secretário Mário Frias disse que não pagou essa quantia por essa viagem, que não viajou de executiva e que a finalidade da viagem não foi da forma como colocaram nas manchetes.
E apesar de estar tudo registrado no site oficial do governo, afirmou ainda que tem todos os documentos que comprovam, segundo ele, “a mentira propalada”.
A Secretaria da Cultura declarou que o secretário teve outros compromissos em Nova York, além da reunião com o lutador de jiu- jitsu, mas não informou quais.
Até a gravação dessa reportagem, o secretário Mário Frias não tinha divulgado os documentos sobre os gastos da viagem, a explicação de porquê era urgente e detalhes do projeto. Também não respondeu a uma pergunta encaminhada pelo Jornal Nacional à assessoria dele: por que não fez a reunião com Renzo Gracie por videoconferência, como milhões de pessoas no mundo inteiro passaram a fazer desde o início da pandemia?
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