A mãe da adolescente de 14 anos que morreu afogada após entrar no mar com o namorado na Praia do Perequê, em Guarujá, no litoral de São Paulo, disse ao g1 que, quando a filha foi localizada, o corpo já estava em decomposição.
A comerciante Izonaide Maria da Silva, de 38 anos, contou nesta quarta-feira (9) que não conseguiu criar coragem para ver o corpo da filha, que teve de ser reconhecido a partir do biquíni, do cabelo e do aparelho que usava nos dentes.
Ao receber a notícia de que a filha, Vitória Silva, de 14 anos, havia desaparecido no mar, Izonaide lembra que, "primeiro, foi um desespero total. Depois, achei que era brincadeira. Depois, fiquei sem reação, estava em choque.
" Foi um desespero muito grande, uma dor que eu não quero sentir nunca mais na minha vida. Eu tenho problema de pressão, passei mal". Na sequência, Izonaide tomou um remédio e seguiu em direção a Guarujá.
"A Vitória foi um anjo que Deus colocou na minha vida e levou. A Vitória foi a pessoa que mais me amou no mundo. A filha mais carinhosa que uma mãe poderia ter foi a Vitória comigo. Ela tinha um carinho muito grande por mim, um amor muito grande. Ela acordava de manhã e, todos os dias, ia no meu quarto para ver se eu estava lá. Vai ser muito difícil", afirma a mãe de outros quatro filhos.
Izonaide e o marido saíram da capital paulista, onde moram, assim que a família do namorado de Vitória os acionou. A adolescente entrou no mar com o namorado no último domingo (6), e foi puxada por uma corrente de retorno.
O namorado conseguiu sair da água com a ajuda do pai dele, mas a menina afundou. Ao g1, o pai do garoto, de 44 anos, disse que considerava a menina como uma filha, e que tentou salvá-la.
De acordo com o Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), o corpo de Vitória apareceu na Praia de Camburi, a cerca de 15 km do local onde havia desaparecido. Uma equipe da corporação foi até a região e levou o corpo de volta para a Praia do Perequê, onde as duas famílias, a da vítima e a do namorado, já se encontravam.
"O sogro da Vitória chegou chorando, e disse que o corpo estava muito feio. Eu falei que não queria ver. Meu marido foi lá com o namorado dela, mas disseram que estava quase irreconhecível, em decomposição, e muito inchada. Ficaram na dúvida se era ou não, mas reconheceram pelo biquíni, pelo cabelo e pelo aparelho. O resto não reconheciam mais", conta Izonaide.
A adolescente deve ser sepultada nesta quarta, no Cemitério da Paz, no bairro Jardim Irene, em Embu das Artes (SP).
"A gente optou por um velório só de uma hora, porque tudo isso já foi muito desgastante. Muito sofrimento, desde domingo. O caixão vai ter que ser lacrado. Mas, temos que nos despedir. A gente foi tão pega de surpresa que não tinha dinheiro nem para sepultar minha filha. Fizemos uma arrecadação e conseguimos uma boa quantia. O pessoal foi solidário. Eu vou dar um enterro digno para ela, graças a Deus", finaliza a mãe da adolescente.
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