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Ícone da extrema direita mundial, Steve Bannon se estregou ao FBI nesta segunda




Eu vi o reflexo se apodrecer diante do espelho, eu vi as palavras vivas perderem a vida, era apenas mais um dia de luto, onde a lua não brilhava no céu dos “Racionais”, onde o seu vulto não era mais visto pela cidade flutuando pelas ruas, chegando até onde o asfalto não chega. Era possível imaginar às lágrimas de cristal tantas vezes vistas por minhas pupilas enfeitarem mais uma noite fria, onde eu imaginava você correndo e depois te perdia entre a neblina da fumaça do cigarro.  


A cidade estava vazia, era possível ouvir os meus passos no asfalto, ver uma série de janelas incansavelmente cegadas pela noite, pela vida, ou pela falta dela, era um luto divino por algo que nunca existiu, a vida. A natureza morta da sociedade, a luz do sol sendo apagada é só mais um gatinho, mais uma desculpa, é só a necessidade que eu tenho de você. 


É possível te imaginar do lado da lua que ninguém vê, diante do espelho me refletindo, te refletindo, era fácil saber que ali ninguém nos via, apenas os personagens impressos nos outdoors que nos viam flutuando na arenosa via da lua, era possível te ver nascendo como um astro que levava lua a todo o sistema até iluminar a existência deste pobre mortal. 


Estava documentado nas paredes daquelas ruas que a liberdade acabará por te deixar nua, as paredes de madeira me deixava nu para você, dentro do espaço e tempo do agora e do que passou eu estava e estou preso a você, e a liberdade te prenderá a mim, com cadeado, nós temos a chave, mas preferimos saber que as paredes param para ouvir o amor gritar, todo aquele terremoto, o tremor celestial de dois deuses duelando, de mim penetrando em sua vida, ardendo no seu inferno e gozando em sua alma, enquanto as vozes do silêncio denúncia ao Olimpo as nossas vozes camufladas pelos gemidos. 


Do porre transparente do amor, me vi preso aos fios de suas teias, sentindo o sangue correndo em suas veias, o calor sobrenatural vindo de nossas almas, daquelas noites de tango, dramáticas e sedutoras, do grito de dor que te faz sorris, do grito de prazer que nos faz existir nesta floresta de bocas, genitálias e fluidos sexuais, de duas almas débeis, expulsos do Éden por quererem a fruta e o caroço. 


A esquizofrenia da distância, das palavras imaginadas, das dores expostas, do incomodo dos quilômetros, do tocar o impossível para tornar as linhas tortas possíveis, a epilepsia de nossos corpos, loucos, sedentos, neste paradoxo expectativa e a realidade, aquela que nos come quando não estamos nos comendo, daquela flor do querer que nasce no entre as brutas pedras da vida. 


As tatuagens de nossos corpos nus, rolando pelos lençóis, camas, sofás, rolando pelas ruas, gramador, marcados nas paredes, dos nossos corpos refletindo um ao outro no espelho, do encontro de nossos quadris, contrapondo as palavras mal faladas, mal formuladas, as dores e as nossas angustias. 


Das palavras de um texto desorientado, procurando o Oriente, onde só tem Ocidente, o Oeste da vida, tão romantizado pelos americanos. Enquanto existe luz na lua, nosso mundo será sagrado. Enquanto existir luz na lua a nossa vida existe, Enquanto existirmos tudo será sagrado. Enquanto existimos tudo o que veio e o que há de vir será eterno. Tudo que é eterno é sagrado. E tudo que é sagrado é eterno até quando a morte vir e nos separar. 

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