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Mulher se gaba de ser patroa e madame, humilha, ameaça e tira sarro de ex-empregada doméstica

Uma mulher está sendo processada por duas empregadas domésticas sob acusação de humilhação e perseguição.

Em uma mensagem publicada por uma das irmãs, a mulher se gaba de ser patroa, madame e morar em bairro bom, enquanto que elas moram em barraco na favela, e ainda debocha que precisam usar ônibus.

Reprodução Acervo Pessoal

As duas acusadoras, as irmãs Ana de Souza e Maria de Souza, são moradoras de Paraisópolis, em São Paulo, e dizem que os maus-tratos começaram quando Ana pediu para sair mais cedo do trabalho no dia 25 do mês passado, para socorrer a filha de quatro anos, que estava passando mal.

Ana contou que por volta das 5h da manhã, a filha começou a passar mal e ela avisou a patroa que não iria trabalhar, mas a mulher não aceitou.

“Ela [a patroa] falou que era para eu medicar a menina e ir trabalhar. Eu avisei que a minha filha ficava com uma babá de 16 anos, que não sabia agir caso a criança piorasse, e ela dizia que era para eu arrumar uma babá mais qualificada e ir trabalhar. Eu estava sem cabeça. Empregadas também são mães”, explicou Ana.

Apesar da preocupação, Ana medicou a filhe e foi trabalhar, na residência que fica no Itaim Bibi, região nobre de São Paulo. Mas ao chegar, soube que a filha havia piorado e pediu que a patroa solicitasse um carro de aplicativo para que ela pudesse chegar mais rápido em casa. (O art. 12 do Decreto 3048 determina que empregadas domésticas podem se ausentar do ambiente de trabalho para acompanhar filhos ou cônjuges ao hospital).

“Ela [a patroa] ficou brava, disse que eu a estava obrigando a pedir um Uber para mim e eu não fiz isso. Levei minha filha ao hospital e ela mandou mensagem o dia inteiro, me incomodando e sendo debochada comigo. Me senti humilhada, pois eu só estava preocupada com a minha filha. Ela também é mãe, deveria entender”, lamentou Ana.

Maria, que trabalhou na casa por um tempo e foi quem indicou a irmã, disse que percebeu que Ana se sentia cansada pelo excesso de funções e a estimulava a pedir um aumento.

“O meu amor pelo filho dela é imenso e por isso eu gostava de trabalhar lá, mesmo me sentindo sobrecarregada às vezes. Fui contratada para fazer a limpeza, mas ela [a patroa] passou a atribuir mais funções, como a de babá e cozinheira sem aumentar o meu salário”, relembra Ana.

Segundo Maria, no final de semana a patroa passou a mandar mensagens desrespeitosas para Ana e até para o marido dela. "Ana só chorava, dizia que não queria mais ir trabalhar lá por estar se sentindo humilhada e a bloqueou. Foi então que eu entrei em contato para entender as razões que faziam ela tratar minha irmã assim e ela me enviou a mensagem ofensiva na segunda-feira”, explica.

Nas mensagens trocadas, a patroa e Maria discutem e a contratante pede para que Ana “faça as coisas corretamente e peça as contas”. A patroa acusa as irmãs empregadas de coação e diz que irá entrar com processo judicial contra elas.

Maria, que foi a quem a patroa se refere como “desquitada e invejosa” na mensagem, abriu um processo contra a mulher: “Eu não quero um centavo dela sequer. Eu quero justiça. Quero que um juiz coloque juízo na cabeça dela para que nunca mais ela aja dessa forma com nenhuma empregada. Somos pobres sim, moramos na comunidade, mas somos honestas”.

Ana diz que, por conta do carinho que tem pelo filho da mulher e o respeito pelo ex-patrão, que sempre a tratou bem, não vai entrar com processo.

Já a ex-patroa, disse que está processando as irmãs e ameaçou de processo veículos que divulgassem seu nome ou imagem.


Com informações do Yahoo

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