Com materiais reaproveitados, família constrói ‘casa de hobbit’ em Jundiaí


Uma porta redonda em um morro esconde um lugar mágico na Serra do Japi, em Jundiaí. Ao abri-la, é possível entrar em um mundo de fantasias e se transportar para os cenários da Terra Média, de “O Senhor dos Anéis”. A pequena cabana, construída de forma totalmente artesanal, virou um local de aconchego para a família de Meriele e Getúlio de Sá. 

O casal decidiu reaproveitar os materiais encontrados na natureza e criar uma casa inspirada na toca de Bilbo Bolseiro, personagem das obras de J.R.R. Tolkien. Foram 10 meses de trabalho duro, até aos fins de semana. Getúlio conta que foi preciso somente uma coisa para começar: espontaneidade. “Eu olhei para aquele morro e me deu vontade de cavar um buraco para construir uma casinha ali. 

Em um dia, eu acordei e pensei: ‘quer saber, vou fazer’. E simplesmente fiz. Foi assim que tudo começou”, conta. A construção foi tomando forma e moldando a si mesma, na medida em que o casal encontrava novos materiais e formas de trazer vida ao local. O tronco da árvore caída virou sofá, parte da porta e um móvel na cozinha. Com o tempo, até as plantas se “adaptaram” à pequena casa.

“Eu olhei para aquele morro e me deu vontade de cavar um buraco para construir uma casinha ali. Em um dia, eu acordei e pensei: ‘quer saber, vou fazer’. E simplesmente fiz. Foi assim que tudo começou”, conta.

A construção foi tomando forma e moldando a si mesma, na medida em que o casal encontrava novos materiais e formas de trazer vida ao local. O tronco da árvore caída virou sofá, parte da porta e um móvel na cozinha. Com o tempo, até as plantas se “adaptaram” à pequena casa.

Árvores encontradas na mata próximo à casa de Meriele e Getúlio foram usadas na construção da casa

“O mais legal de tudo é que nós olhávamos para os materiais e tentávamos ver qual conversa eles traziam para a gente, o que poderiam virar. Nossa imagem era fazer um ninho com amor e, aos poucos, quase como mágica, a casa foi se revelando para nós”, relembra Meriele.

As lições dos filmes e dos livros que foram aplicadas durante a obra acabaram ficando e se tornaram parte importante da história da família.

“Nos filmes, os hobbits mostram o amor por todas as formas de vida. As plantas, as flores e também a boa comida. Eles descrevem com muito carinho e foi aí que achamos uma conexão. Tinha tudo a ver com a gente”, afirma Meriele.

Getúlio com a estrutura da famosa porta redonda, parte essencial da cabana inspirada nas tocas dos hobbits

Detalhes mais que especiais

O casal explica que cada canto da casa foi feito com muito cuidado, e o resultado surpreendeu não só familiares e amigos, mas eles mesmos também. Além da árvore, pedaços de madeira e até um poste velho serviram como pilares na estrutura da pequena toca.

“Eu prometi que ia fazer algo com essas árvores e com os objetos e restos de obras de achávamos. Creio que seja uma forma de retribuir tudo o que a natureza nos dá, reaproveitando seus materiais e colocando muito amor no processo”, diz Getúlio.

Interior da cabana inspirada nas tocas dos hobbits, em Jundiaí

Não só a estrutura, mas cada pequeno detalhe se tornou especial durante o processo de construção e de decoração da casa dos hobbits. Quadros, almofadas, peças de decoração… Tudo saiu das mãos de Meriele. O desenho da tão famosa porta redonda também foi feito especialmente para a família por um artista.

“Queríamos que fosse algo realmente nosso, feitos por nós. Acredito que isso muda totalmente o propósito de tudo. Quando é feito com amor, transborda e transparece”, afirma Meriele.

O abrir das portas e do coração
Desde o começo, a intenção era usar o espaço como um refúgio, um ninho para a família se aconchegar. Mas, ao virem o resultado, Meriele e Getúlio foram incentivados a abrir as portas para o público.

“Nossos amigos viram a casa e nos falaram: ‘vocês estão malucos! Como que algo assim existe de verdade? As pessoas precisam ver isso’. E foi então que começamos a pensar em receber hóspedes”, lembra Meriele.

No entanto, o processo não foi tão simples e, de certa forma, o “sentimento hobbit” veio à tona. “Lembramos de como o Bilbo não queria que ninguém entrasse na casa dele e, logo que abrimos, sentimos um pouco disso, mas decidimos continuar com a ideia”, explica Getúlio.

A casinha acabou virando um destino perfeito, mesmo durante a pandemia do coronavírus. A vista tranquila e isolada nas montanhas, em meio à Serra do Japi, proporciona um momento mágico e seguro.

“Nos preocupamos com a privacidade dos hóspedes e com a nossa também. A privacidade não pode ser ferida. O espaço precisa ser respeitado. Também abrimos somente em temporadas, com pausas orgânicas. Essa pausa é importante tanto para terra, quanto para nós”, diz.

Encanto para turistas
Em apenas alguns meses de abertura, o cantinho de Meriele e Getúlio ganhou o coração de muitos hóspedes, que ficaram boquiabertos com a construção. Eduardo Feltrin e Carolina Barduk sentiram isso na pele.

O casal é de São Paulo (SP) e trabalha com turismo nas redes sociais. Com vídeos e fotos, eles mostram lugares diferentes e inusitados em todo o estado e já conquistaram milhares de seguidores.

“Com a pandemia, tivemos que mudar um pouco o nosso roteiro. De início, nos preocupamos se conseguiríamos continuar o trabalho. Começamos a procurar lugares diferentes, mas que fossem mais isolados e seguros. Foi aí que encontramos a Casa Hobbit”, conta Eduardo.

A estadia de quatro dias foi suficiente para mudar um pequeno pedaço do coração dos dois. Para Carolina, a atmosfera da casa é o principal diferencial.

“Você percebe que tudo ali tem amor, tudo ali tem muito carinho e cuidado. É uma calma, uma paz, que não tem explicação. Faz você enxergar as coisas de outra forma, aproveitar melhor cada minuto do seu tempo”, lembra.

(Fonte/Imagem: G1)

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